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Da mesma maneira que a Bruxa responde pelo "o que é magia" em Terra Adentro, o Alquimista responde pelo "o que é ciência". Ambos são desprezados pela sociedade de Lugo por motivos diferentes mas semelhantes. Podemos perguntar aos jogadores porquê. À partida, imagino que o Alquimista invista imenso tempo em experiências falhadas à procura de algo que funcione de modo minimamente consistente. Não é fácil fazer ciência num mundo em que a magia é real, pois os resultados de cada experiência são afectados por factores muito difíceis de isolar, como a simpatia entre componentes, espíritos que existem em todas as coisas, etc. Para uma poção chegar a um ponto em que tem um nome, um preço e está numa tabela do jogo, tem uma longa história por trás que lhe dá um mínimo de garantia que funciona. Imagino por isso que, apesar do Alquimista ser eventualmente capaz (depende do movimento) de reproduzir qualquer poção que esteja listada na tralha, aquilo que o define é explorar os limites do que é possível e não fazer aquilo que os outros já fazem. É a diferença entre tecnologia e ciência, não é? 

Tentando responder às perguntas, o tempo que o Alquimista precisa e o que é que tem de fazer para mexer com as suas mistelas é uma questão a colocar ao jogador. Não gasta nenhum recurso especificado à partida, a ideia é que de facto ele traz consigo montes de substâncias que supostamente não servem para nada. O que ele está fazer com as mistelas é brincar com esses restinhos de coisas inúteis a ver o que é que dá. São uma experiência muito pessoal e praticamente impossível de reproduzir. As mistelas funcionam no corpo dele porque o Alquimista já tem muitos anos de fazer experiências com ele próprio. 

Dada aquilo que descrevi acima, será evidente que ninguém quer sequer tocar numa poção feita pelo Alquimista a não ser que seja algo perfeitamente reconhecível e, mesmo assim, nem pensar em comprar-lhe alguma coisa quando a sua reputação está só a nível 1. Quem é este maluco? Já vai com muita sorte em alguém eventualmente lhe emprestar dinheiro. Não,  a vida não é justa. 

Já agora, ao inventar poções, nunca esquecer de dar primazia à ficção. Primeiro diz-me que esta poção transforma a minha pele numa cena esverdeada com escamas como de um lagarto. Eu já nem sei se quero ouvir a parte da armadura +1 tendo em conta que a minha mulher não me quer ver assim. Acho que nem sequer te faço uma oferta por ela. Mas sem dúvida que pode ser útil para aventureiros sem eira nem beira que são essencialmente chutados para Leste.